Muito bem, meus prezados amigos, eis-me aqui de novo.
Na verdade não tenho muito o que dizer, isso é apenas pra ilustrar meu retorno às atividades desse blog.
Vou deixar um texto aqui, só pro post não ficar desnudo.
Agradeço à todos que sempre vieram aqui, mesmo poucos, mas sempre consideráveis. =D
"Fui compreendido?
O que me separa, o que me põe à parte de todo o resto da humanidade, é ter desvelado a moral cristã. Para isso era-me necessária uma palavra que mantivesse o sentido de um desafio a cada homem. Não haver antes aberto os olhos para isso parece-me a grande impureza que a humanidade tem na consciência, como automistificação tornada instinto, como radical vontade de não enxergar nenhum acontecimento, nenhuma casualidade, nenhuma realidade, como falsificação in psychologicis que chega ao crime. A cegueira ante o cristianismo é o crime par excellence - o crime contra a vida.
Os milênios, os povos, os primeiros e os últimos, os filósofos e as mulheres velhas - excluindo cinco, seis instantes da história, eu como sétimo - nesse ponto são todos dignos uns dos outros. O cristão foi até aqui o "ser moral", uma curiosidade ímpar - e, como "ser moral", mais absurdo, mendaz, vaidoso, leviano, mais prejudicial a si mesmo do que o maior desprezador da humanidade se ter permitido sonhar.
A moral cristã - a mais maligna forma da vontade de mentira, a verdadeira Circe da humanidade: o que a corrompeu. Não é o erro como erro que me assusta à visão disto, não a milenar falta de "boa vontade", de disciplina, de decência, de valentia nas coisas do espírito, que se revela em sua vitória - é a falta de natureza, é o fato terrível inteiramente de que a própria antinatureza recebeu as supremas honras como moral, e como lei, como imperativo categórico, permaneceu suspensa sobre a humanidade!..."
Friedrich Nietzsche, em Ecce homo, 1888.
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
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